Seguindo a proposta que estabelecemos para o curso de introdução à psicanálise freudiana, buscaremos apresentar ao interessado (a), em um primeiro momento, as questões que levaram Lacan a justificar um retorno a Freud. Acreditamos que a clareza das motivações para tal proposta, fundamentada nesse ato de retorno a Freud, são cruciais para a sustentação de nosso campo.

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Sendo assim, buscaremos apresentar, ao longo deste curso, não só aquilo que Lacan pode trazer de novo para o campo psicanalítico, mas também “as pedras no caminho” que o levaram a retornar a Freud, buscando, no debate com outros campos, bases capazes de situar a Psicanálise de maneira mais rigorosa no debate junto à sociedade.

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Nas palavras de Lacan, podemos situar o presente curso à esteira do que propôs em 1955:

Estaria eu lhes ensinando alguma coisa, ao lhes dizer que esses textos [...] nos deram, a mim e aos que me seguem, a surpresa de verdadeiras descobertas? Elas vão de conceitos que se mantiveram inexplorados a detalhes clínicos deixados ao sabor de nossa exploração, e que atestam a que ponto o campo de que Freud teve a experiência ultrapassava as vias que ele se encarregou de nos abrir [...] não apenas para substituir uma fala no contexto de sua época, mas para a avaliar se a resposta que ela dá às perguntas que levanta é ou não ultrapassada pelas respostas que encontramos para as questões do atual. (Lacan, 1955/1998, p. 405)

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Isso posto, cabe dizer que a proposta que fizemos às convidadas e convidados é que pudessem, a partir dos impasses com os quais se encontraram ao longo de seus percursos de formação, apresentar os conceitos e temas atinentes às aulas, tendo como perspectiva três questões fundamentais:

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- De que maneira a construção de tal conceito/tema/questão foi apresentada por Lacan em sua relação com o retorno empreendido à obra freudiana?

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- Que tipo de elaboração foi apresentada por Lacan, junto ao campo psicanalítico, a partir desta construção?

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- Qual a atualidade e que tipo de questões, tendo em vista a discussão proposta, psicanalistas, pesquisadoras e atores de outros campos endereçam à comunidade psicanalítica?

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Cumpre afirmar que, ao pensarmos o corpo docente para o presente curso, buscamos trazer colegas que estão dentro e fora da academia, de Escolas e instituições, bem como das mais variadas regiões do Brasil. Trata-se de uma aposta de que a garantia de uma transmissão rigorosa não está ligada a títulos e inserções institucionais e que a oferta de um espaço composto por colegas de várias regiões do Brasil nos compromete com parte do complexo percurso interminável de formação em Psicanálise. Por fim, gostaríamos de deixar claro que não nos propomos aqui à oferta de uma formação em Psicanálise, mas sim de um espaço capaz de acolher uma diversidade de percursos e interesses junto ao campo inaugurado por Freud.