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Interseccionalidades no Brasil psicanálise e políticas da transformação (1).png

CURSO 2023

Coordenação Geral
Enzo Pizzimenti e Mariana Desenzi.

Pesquisadores Parceiros

Ana Carolina Dias, Enzo Pizzimenti, Paulo Bueno, Maria Cristina Marques,
Maria Isabel Garcez Ghirardi, Mariana Desenzi, Mingnon Pereira Lins,
Ana Paola Frare, Luís Gama e Ricardo Lugon.

O CURSO

A proposta de trabalho que aqui apresentamos parte do referencial teórico e político da Reforma Psiquiátrica e da Luta antimanicomial brasileiras. Uma primeira articulação que aqui propomos tem na aposta em um difícil, mas já visível, horizonte de recuperação das discussões e dos avanços conquistados desde a Lei nº 10.216, mais conhecida como lei da Reforma Psiquiátrica.


Com isso, propomos, para os encontros a serem realizados em 2023, refletir sobre as várias respostas que foram dadas diante das inúmeras crises que o campo da Saúde Mental atravessou ao longo dos séculos, sejam elas causadas de maneira proposital, para estancar prováveis avanços, sejam as que foram produzidas por rupturas e denúncias de trabalhadores e pesquisadores alinhados ao movimento antimanicomial, à luta por um Sistema Único de Saúde, bem como à manutenção da democracia.


Além da aposta em uma discussão que tem na crise seu combustível, propomos tomar a psicanálise enquanto método de pesquisa, a fim de refletir sobre os desafios encontrados no contexto da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), considerando os efeitos do retrocesso da Política Nacional de Saúde Mental nos últimos anos, e suas consequências para a sociedade brasileira.


Com isso, situamos nossa proposta em consonância com três proposições fundamentais, em igual medida, para o avanço e sustentação dos horizontes inaugurados pela Psicanálise e Reforma Psiquiátrica. São elas: 

  • No artigo Caminhos para a Terapia Psicanalítica escrito por Freud, em 1918, quando este adverte os analistas quanto à inexorável chegada do dia em que o Estado saberá da importância dos cuidados com a Saúde Mental, cabendo aos psicanalistas a implicação com a articulação da Psicanálise com outros campos da saúde;

  • Um segundo momento, em Lacan, localizamos dois artigos escritos em sequência: A situação da psicanálise e a formação do Psicanalista, em 1956, e A direção do tratamento e os princípios de seu poder, escrito em 1958. Ambos trazem proposta que articulam de maneira muito rigorosa e advertida, a formação do analista e o cuidado no manejo da transferência como campo estratégico de trabalho;


  • Por fim, em um terceiro momento, a proposição de Franco Basaglia, psiquiatra italiano, nome maior da Reforma Psiquiátrica italiana, tomada como norteadora dos debates e ações do Movimento de Luta Antimanicomial do Brasil:


“Seja como for, à medida que fomos vencendo, passo a passo, as diversas fases de nosso distúrbio institucional, foi-se tornando mais clara a necessidade de um contínuo rompimento das linhas de ação que, exatamente por estarem inseridas no sistema, deviam ser, uma a uma, negadas e destruídas.” (Basaglia, 1968, p. 111).

O que buscamos articular e construir ao longo dos encontros em nosso coletivo são maneiras de sustentar um tratamento à altura da complexidade inerente ao sofrimento psíquico, sem perder de vista a importância de considerarmos os atravessamentos que políticas públicas, financiamentos institucionais e as especificidades territoriais têm na dinâmica social e na produção de subjetividades.

Foi levando em conta tais elementos que pensamos nos temas, convidadas e convidados para essa aposta. Esta foi a forma que encontramos de colocar em ato o caráter inacabado de tudo aquilo que psicanalistas e pesquisadores sérios devem manter em seus horizontes, sempre que se propuserem a refletir sobre campos como o da Saúde Mental.


Atravessados por uma realidade desoladora, seja pela pandemia, como pelas prioridades de nossos Governantes, é urgente discutir os caminhos, percalços e violências que o louco e os trabalhadores da rede de Saúde Mental têm sofrido. Ao contrário daqueles que não tomam momentos de crise como oportunidades para discutir passado e presente, gostaríamos que esse espaço operasse desde uma perspectiva orientada pela ética da Psicanálise, nesse sentido, ciente de que a crise pode comportar brechas, fundamentais, para a invenção de respostas diante do sofrimento psíquico e da segregação.

É nessa medida que buscamos articular a Psicanálise e a Reforma Psiquiátrica, já que ambas têm como ponto de partida a atenção à loucura em uma perspectiva que toma a crise como condição de trabalho, capaz de justificar e articular importantes modalidades de rede. Tomar a crise como pivô é um convite para que possamos pensar nossos limites e possibilidades de enfrentamento de todo e qualquer discurso que se pretenda total.


Sejam muito bem-vindas (os).

Working from Home

ESTRUTURA DIDÁTICA

40 HORAS TOTAIS 
EM ENCONTROS MENSAIS + BIBLIOGRAFIA PARA LEITURA.


CRONOGRAMA 2023

(01/04)

Psicanálise e Reforma Psiquiátrica: estratégias frente ao retrocesso na Política Nacional de Saúde Mental e na Política Nacional de Álcool e outras Drogas.

com Enzo Pizzimenti e Mariana Desenzi.


(15/04)

A (im)potência diante das crises na história da saúde no Brasil.

com Cristina Marques.


(13/05)

Crises políticas e a chegada da Psicanálise no Brasil: origens e atualidades do encontro com a Saúde Mental.

com Ana Carolina Dias e Enzo Pizzimenti.


(17/06)

Crise e desinstitucionalização: CAPS, SRT e possibilidades de circulação extramuros.

com Ana Paola Frare e Mariana Desenzi


(15/07)

Saúde Mental e capitalismo: o fascismo como resposta à crise.

com Mingnon Pereira Lins e Mariana Desenzi.

(19/08)

Medicalização como resposta às crises na infância e adolescência.

com Ricardo Lugon e Mariana Desenzi.


(16/09)

Universidade e(m) crise: o lugar dos movimentos sociais na produção de alternativas à lógica manicomial.

com Paulo Bueno e Enzo Pizzimenti.


(21/10)

Subjetividade nas redes: a escuta e o trabalho do delírio como respostas diante da crise.

com Luís Gama e Enzo Pizzimenti


(25/11)

Uma rede cheia de buracos, tecida por nós: a aposta no cuidado das crises via trabalho entre vários na saúde mental.

com Maria Isabel Garcez Ghirardi, Enzo Pizzimenti e Mariana Desenzi.

ORGANIZAÇÃO

GRUPO DE INVESTIGAÇÃO

CURSO MENSAL COM 9 MESES DE DURAÇÃO. AULAS REMOTAS AO VIVO
+ LEITURAS.

TOTALMENTE ONLINE

ACESSO VIA PC OU SMARTPHONE. AULAS E DISCUSSÃO COM OS PROFESSORES AO VIVO.

BOLSAS

CURSO COM INVESTIMENTO ACESSÍVEL.
BOLSAS DE 50% E 100%.

COM CERTIFICADO

CERTIFICADO DE CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PARA PARTICIPANTES COM MÍNIMO DE
75% DE PRESENÇA.

INSCRIÇÕES

Inscrições Limitadas.

CRONOGRAMA DO CURSO

Início em 01/04/23.
Encontros mensais aos sábado, das 14:00 às 16:30.
Meses: março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro.

INVESTIMENTO
Matrícula: R$ 60,00
Mensalidade:
12 x R$ 160,00

ou 10 x R$ 192,00

ou 8 x R$ 240,00.


Trabalhadores vinculados ao SUS:
12 x 105,00.

5 Bolsas de 50% 
2 Bolsas 100% para assistentes (preenchidas)
Para bolsas: enviar antes breve carta de intenção e justificativa para
assemblage@caispesquisa.page

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