Seguindo nosso trabalho a partir das questões que concernem o encontro entre os campos da Saúde Mental e a Psicanálise, neste ano, nosso espaço de pesquisa tomará como mote as instituições e o lugar do psicanalista. A proposta é de que possamos investigar de que forma o trabalho do psicanalista incide nas instituições, bem como seu funcionamento atravessa a práxis psicanalítica. Para isso, elegemos a clínica psicanalítica como norteadora dos encontros, partindo da premissa de que não se trata apenas do tratamento ofertado por um psicanalista, mas sim do seu alcance e articulação com a formação psicanalítica e o lugar que sustentamos para a psicanálise diante de outros saberes. 

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Neste sentido, buscaremos discutir e construir uma leitura crítica desse movimento em duas vias: de que forma o lugar do psicanalista afeta as diversas instituições nas quais ele está inserido e também como os processos de trabalho institucionais se constituem enquanto lócus fecundo para a formação, a escuta e, consequentemente, para a sustentação de uma psicanálise à altura da subjetividade brasileira.

 

Sobre este último ponto, ainda que pese a importância histórica institucional europeia, este espaço busca dar um acento especial ao contexto brasileiro, considerando seus limites e potências no que diz respeito ao lugar que as instituições ocupam neste território. Intentamos ir além das instituições de saúde mental, mirando no amplo leque do que se pode nomear enquanto instituições de cuidado e formação: serviços de saúde de diferentes complexidades, escolas,  instituições de acolhimento, espaços de transmissão da psicanálise. Ainda, é de nosso interesse questionar os efeitos de massificação que podem se produzir nas instituições e que promovem uma lógica que confere pouco espaço à singularidade dos sujeitos ali inseridos, degradando, com isso, a possibilidade de invenção de novos modos de se experimentar as coletividades.