Neste curso, temos como objetivo estudar a interseccionalidade articulada à psicanálise, considerando a importância do tema para a práxis clínica e para o posicionamento do psicanalista na pólis. 

Sabemos que a psicanálise está articulada a um posicionamento político claro desde a sua origem e, dessa forma, não existe psicanálise desarticulada de sua ética e política, independente de seu espaço de atuação. Nesta direção, o conceito de interseccionalidade permite discutir como as diferentes formas de relações de poder e opressões não são independentes, mas se entrecruzam e se sobrepõem em relação a diferentes recortes como gênero, raça, classe social e deficiência. Dessa forma, levanta questões essenciais à um posicionamento crítico ao mesmo tempo em que desafia as hierarquias de poder. Partindo de tais considerações, este curso pretende propor um diálogo entre a psicanálise e o campo interseccional e refletir sobre como o mesmo incide sobre as subjetividades, abordando um recorte deste tema, tendo em vista a complexidade envolvida na interação de seus fatores sociais e políticos.  

O curso se destina a estudantes e profissionais do campo da psicologia, psicanálise, saúde pública e outras áreas ligadas à saúde ou às ciências humanas, e que estejam em busca de espaços de discussão, crítica e diálogo dos temas em torno da Interseccionalidade que atravessam as mais diversas possibilidades de escuta. 

A proposta deste espaço de trabalho constitui-se a partir de quatro módulos independentes, mas relacionados, que serão divididos em semestres: gênero, classe, raça e deficiência. Em cada módulo/semestre, serão apresentadas questões concernentes a esses campos através da fala das pesquisadoras e dos pesquisadores convidados. Para o ano de 2025, trabalharemos os temas de gênero e classe; já em 2026, serão trabalhados raça e deficiência.
 
Público-alvo: psicólogos, psicanalistas, estudantes e profissionais de saúde.